quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sorria Mais SP levará assistência odontológica a hospitais estaduais

Projeto-piloto foi implantado em agosto no maior hospital público do ABC e agora será expandido para toda a rede

O governador Geraldo Alckmin lançou nesta quarta-feira, 1º, o programa Sorria Mais São Paulo. Pioneiro no País, o projeto visa integrar o trabalho realizado por dentistas ao das equipes multidisciplinares, formadas por médicos, profissionais de enfermagem, nutrição e assistência social, entre outros e será implantado em toda a rede de hospitais estaduais.

O projeto-piloto foi implantado em agosto de 2011 no Hospital Estadual Mario Covas, em Santo André, o maior público do ABC paulista. O objetivo é garantir a manutenção da saúde bucal tanto dos pacientes internados como também os portadores de doenças crônicas atendidos regularmente nas unidades.
 
"São três programas importantes para a saúde bucal. Primeiro: passamos de 199 para 350 cidades no nosso programa de atendimento à saúde bucal. Segundo: a fluoretação da água. Faltam só 40 cidades para chegarmos a 645 municípios com a água fluoretada, evitando a cárie. Terceiro: o nosso grande programa de odontologia hospitalar. É a presença do cirurgião-dentista nas UTIs, nos tratamentos oncológicos, enfim, cuidando da saúde da população, e da população mais debilitada, hospitalizada", explicou Alckmin.

Hoje o acompanhamento odontológico acontece em hospitais especializados, como o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids e Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas). A proposta é ampliar este tipo de atendimento aos hospitais gerais da Secretaria da Saúde, que normalmente possuem apenas serviço de atendimento buco-maxilo.

"A inserção do cirurgião-dentista na equipe multiprofissional de atendimento de pacientes em hospitais contribui para minimizar o risco de infecção, melhorar a qualidade de vida e reduzir o tempo de internação além de promover um atendimento completo ao paciente", afirma o secretário da Saúde, Giovanni Guido Cerri.

A partir da experiência implantada no Hospital Estadual Mario Covas, o Governo irá expandir o programa a outros hospitais da rede pública estadual, em parceria com as faculdades públicas de odontologia, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) e Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD).

No Hospital Estadual Mário Covas foram atendidos 615 pacientes da Unidade de Terapia Intensiva, com visitas diárias de um cirurgião dentista para realização de exames clínicos para identificar possíveis focos de infecção, além de orientá-los sobre a higiene bucal.

Neste período foram realizados 774 procedimentos entre obturações, extrações e tratamento de focos de infecção em mucosas orais. Foi possível dimensionar a necessidade de recursos humanos para o hospital, levando em consideração, também, sua demanda médica, bem como determinar os reais custos para a implantação do programa de odontologia hospitalar e o custeio da manutenção do projeto.

Além do Mário Covas, outros sete hospitais da rede estadual deverão receber o programa neste ano: Hospital Geral do Grajaú, na capital, Hospital Geral de Carapicuíba, na Grande São Paulo e, no interior, os hospitais estaduais do Vale do Paraíba (Taubaté), Bauru, Américo Brasiliense e Sumaré, além do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

A expectativa é de que até 2014 toda a rede hospitalar estadual ofereça acompanhamento odontológico a pacientes internados. O investimento projetado, quando o projeto estiver em todos os hospitais, é de R$ 35 milhões por ano.

Benefícios da odontologia hospitalar
 Nos três meses de Projeto Piloto no Hospital Mário Covas foi possível verificar os seguintes benefícios aos pacientes:
* Crianças portadoras de determinados tipo de câncer, que receberam metotrexato (droga que tem como efeito colateral ulcerações em boca), no atendimento odontológico tiveram os focos de infecção removidos, além de dicas de como higienizar a boca durante quimioterapia. Nesta fase foi possível zerar a reinternação dessas crianças, que começaram a se alimentar normalmente pela boca (não precisaram de sonda). Não tiveram dificuldades pra falar e passaram a receber menos medicação para dor e menos antibióticos;
* Pacientes psiquiátricos graves, que estavam completamente abalados por dor de dente ficaram menos agitados com o atendimento odontológico;
* Foi possível, ao cirurgião dentista presente no Mário Covas, identificar o que posteriormente foi confirmado como diagnóstico de um sarcoma de Kaposi (tumor maligno) em um paciente portador de HIV;
* Aos pacientes da UTI, o dentista pôde avaliar se algum foco de infecção estava comprometendo seu estado de saúde. 

Da Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo, em 01.02.2012

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